André Pestana apoia-se em minoria de “dirigentes históricos” do MAS para roubar o património à maioria dos militantes e construir o partido MUDAR

COMUNICADOS

7/11/20234 min read

A maioria do Movimento Alternativa Socialista, quer na sua direção, quer na sua base, vem por este meio tornar público o sequestro de todo o património material, fundos e meios de comunicação por parte de um grupo minoritário da organização, encabeçado por André Pestana, Daniel Martins, Gil Garcia, João Pascoal e Flávio Ferreira.

Nos últimos meses, este grupo de dirigentes passou por cima de todas as decisões tomadas pela direção do MAS e, sobretudo, desrespeitou o conjunto de militantes e simpatizantes do partido, ultrapassando todos os limites da lealdade, da transparência e da democracia, por ter visto reprovada na direção, a 11 de março de 2023, a sua proposta de criação de um novo partido político, sem grande definição ideológica, com o objetivo de canalizar o descontentamento dos profissionais da educação para uma votação massiva em André Pestana e assim mais facilmente alcançar a eleição de um deputado, sem qualquer contemplação pelo impacto negativo que esta movimentação oportunista teria na luta em defesa da escola pública e na própria figura de André Pestana.

Convencidos de que, por se afirmarem como os “dirigentes históricos” do MAS, poderiam fazer o que entendessem com o partido, mesmo que em minoria, sem qualquer respeito pelo funcionamento interno da organização e pelas decisões que democraticamente tomamos, Gil Garcia, André Pestana, João Pascoal, Daniel Martins e Flávio Ferreira decidiram então, na madrugada do dia 1 de julho, retirar à maioria da direção do MAS o acesso às redes sociais, ao e-mail e ao site do Partido, assim como à conta bancária. Nesse dia, ficou claro que esta parte minoritária da direção, não conseguindo convencer a maioria da organização da necessidade de construção de um novo partido político à boleia da luta dos profissionais da educação (o MUDAR), decidiu tomar de assalto o aparato do MAS, agarrando-se a esses meios como forma de garantir a sua legitimidade.

Desde então, temos tentado chegar a um acordo amigável com estes camaradas, para que fossem criar o seu novo projeto sem destruir o MAS, devolvendo à maioria da nossa organização a estrutura e os meios do nosso partido, que queremos continuar a construir, motivo pelo qual não denunciamos antes as manobras de que temos sido alvo até agora, na esperança de que fossem ainda capazes de mostrar o mínimo de lealdade e respeito por aqueles que os têm acompanhado em inúmeras lutas ao longo destes anos. No entanto, depois de nos terem dito que chegaríamos hoje, dia 11 de julho, a um entendimento e que tudo nos seria devolvido, descobrimos que, afinal, tudo não passou de um logro para ganharem tempo e consumarem a sua tentativa de golpe.

Neste processo, descobrimos que este grupo se crê de tal forma acima de tudo e de todos que nunca comunicou ao Tribunal Constitucional a verdadeira direção eleita no IV Congresso do MAS, realizado em junho de 2022, afirmando agora que os elementos em maioria na direção nunca foram sequer eleitos e que até a porta-voz do partido, Renata Cambra, já muitas vezes referida no nosso site e jornal como dirigente nacional do MAS, nunca o foi. É preciso notar que existem provas de todos os factos que afirmamos, os quais são facilmente apuráveis, já que mais de 2 terços do partido estão contra este golpe e existe abundante prova documental.

No dia 11 de julho, da forma mais desleal, André Pestana avançou assim com um comunicado encenando a sua demissão do MAS, ocultando os seus verdadeiros motivos políticos, rompendo com as negociações e levando a crise interna do partido a público. O grupo minoritário, ainda em controlo dos meios de comunicação do partido, publicou também uma nota sobre a demissão de André Pestana, fazendo-se passar pela direção do MAS, no nosso site. Assim, vemo-nos obrigados a esclarecer que André Pestana e Daniel Martins, o presidente do S.TO.P. e o seu braço direito, não representam a maioria do MAS, mas um grupo minoritário que, por ser composto por auto-intitulados “dirigentes históricos", não reconhece a legitimidade da maioria do partido (dirigentes e militantes no seu conjunto).

Da nossa parte, reafirmamos que consideramos um erro monumental o aproveitamento da luta dos profissionais da educação para criar um partido eleitoralista baseado na ideia de que se o S.TO.P. consegue mobilizar cem mil nas ruas, então um partido liderado por André Pestana consegue automaticamente cem mil votos e, assim, a eleição de um deputado. Somos, hoje como sempre, contra o aproveitamento da luta dos trabalhadores para o lançamento de partidos políticos, sobretudo aqueles que procuram esconder ao que vêm para ganharem votos mais depressa.

Estamos conscientes de que, ao terem rompido as negociações e voltado atrás na sua palavra de que nos devolveriam o nosso partido, estes camaradas já não têm qualquer preocupação sobre o efeito destrutivo das suas ações para o MAS, procurando neste momento ou ficar com a legalidade do partido junto do Tribunal Constitucional para, na eventualidade de o seu novo projeto não ser legalizado a tempo das eleições europeias, o poderem usar como barriga de aluguer, ou para simplesmente impedir que, ao criarem o seu novo partido, não terem este como empecilho no caminho, já que sabem muito bem que o MAS é um partido de lutadores, ativistas e sindicalistas, que não irão desistir de construir um projeto combativo e independente e que sabem que, apesar da importância das disputas eleitorais, não nos podemos deixar iludir com os limites da atividade parlamentar, muito menos colocar em causa a luta dos trabalhadores por uma possibilidade remota de eleição de um deputado.

Da nossa parte, declaramos que a maioria dos militantes não vai ficar quieta a assistir a esta tentativa de usurpação e destruição do MAS e pretende usar de todos os meios ao seu alcance para recuperar o património da organização. Alertamos também que qualquer comunicação feita nas redes sociais, site ou email do MAS está ao serviço desta camarilha que tem apenas como projecto construir um novo partido nas costas do MAS, do STOP e dos PE. Reafirmamos também que a maioria da direção do MAS continua empenhada na construção deste projecto político, em apoiar a luta dos trabalhadores e o sindicalismo alternativo, sempre sem burocratas nem controleiros e com total transparência, e está ao dispor para ajudar a construir as lutas dos trabalhadores nas ruas.

A Comissão Nacional do MAS em maioria,
Ângela Lima
Bruno Cancelinha
Joana Silva
Nuno Geraldes
Renata Cambra
Vasco Santos