O MAS apoia a luta dos trabalhadores da saúde

O MAS esteve nesta sexta-feira no Hospital Santa Maria em Lisboa em solidariedade com os trabalhadores em luta. É preciso unificar as greves numa greve geral da saúde pelo SNS.

TRABALHADORES

8/4/20232 min read

Em resposta à crescente deterioração do Serviço Nacional de Saúde (SNS), temos visto nos últimos meses um crescer das lutas dos profissionais de saúde, incluindo auxiliares, técnicos, enfermeiros, e com mais destaque no último mês, os médicos.

Em junho os chefes de equipa das urgências de obstetrícia do Hospital de Santa Maria em Lisboa demitiram-se. Segundo a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) este foi um ato de protesto, subsequente à recusa da realização de mais horas extraordinárias e receção de ameaças por parte da administração do Santa Maria. No centro destas tensões está o encerramento do serviço de obstetrícia devido a obras de beneficiação da maternidade, com 75% dos médicos obstetras deste serviço de férias em agosto. Este planeamento foi alicerçado na assunção de que os profissionais que estão de serviço realizariam trabalho suplementar bem acima das 150 horas previstas.

No dia 13 de julho meia centena de pessoas formaram um cordão humano em frente ao Santa Maria, em protesto contra o fecho da maternidade, que transferirá as grávidas aqui acompanhadas para o Hospital São Francisco Xavier ou unidades privadas. Apesar das certezas dadas pela administração e pelo governo, já no mês de julho, 7 mulheres grávidas foram encaminhadas para privados, isto ainda antes do início de obras à maternidade (que estão previstas demorar nove meses) e da redução enorme de pessoal que vem com agosto, bem como a greve às horas extraordinárias.

A contestação, no entanto, não se fica por Lisboa. No início de julho a FNAM convocou greve nacional por dois dias (5 e 6) devido à falta de resposta do governo às reivindicações sindicais, nomeadamente no que toca ao limite de horas extraordinárias anuais e novas grelhas salariais. Entretanto, já avançaram com uma nova greve para o final de julho e início de agosto, após uma proposta insatisfatória por parte do governo a um processo negocial que se iniciou ainda em 2022.

Para além dos Médicos, também os enfermeiros entraram em greve no início de agosto, mas as ações continuam descoordenadas. Outros trabalhadores da saúde têm também estado em greve nos últimos meses. Para que esta luta seja vitoriosa, é preciso unificar estas lutas e chamar a uma Greve Geral da Saúde pelo SNS. É preciso continuar a luta pelo SNS gratuito e universal, exigindo do nosso governo maior resposta às necessidades que se fazem sentir, nomeadamente nos serviços de obstetrícia.

O MAS está solidário com todos os trabalhadores da saúde, na sua luta por trabalho digno e por uma saúde para todos.